O processo de planear é uma das funções executivas do cérebro humano, na verdade, trata-se de um processo neurológico que pode envolver a formulação de hipóteses e respetiva ponderação, a seleção e avaliação de alternativas e a construção de sequências – pelo menos daquela que se julga ser a sequência de ações necessárias para atingir um determinado objetivo. 


Portanto, embora não necessariamente obedecendo a uma sistematização ou a um critério lógico, por detrás de qualquer atividade – incluindo atividades de produção industrial, está um planeamento mais ou menos elaborado. 


Faz-se algo de determinada forma porque nos parece ser o melhor caminho de conseguir um determinado objetivo.


Transpondo para a envolvente da indústria moderna, uma atividade produtiva caracteriza-se pela presença sistemática de alguns elementos chave.


Para se produzir algo (supostamente de uma forma correta):

  • Executam-se um conjunto de atividades;
  • Há um conjunto de meios que deverão executar essas atividades;
  • Existem fatores que condicionam essas execuções;
  • É determinante atingir um conjunto de objetivos (quantidades e datas) e performances (ratios e resultados). 


De uma forma genérica, pode dizer-se que:

Planear é determinar qual será a melhor forma de afetar os meios de produção às atividades a executar e os momentos para o fazer, de tal modo que as condicionantes existentes sejam respeitadas e os objetivos sejam atingidos.


Um planeamento é, portanto, uma espécie de mapa. Graças a esse mapa, é possível selecionar quais os caminhos possíveis para chegar a um objetivo e uma vez iniciada a jornada, é possível avaliar em cada momento quanto é que já se progrediu em direção a esse objetivo e qual a rota a seguir em cada instante.


Mas como qualquer mapa, pressupõe alguns requisitos:

  • Saber exatamente onde estamos. O melhor mapa do mundo é inútil se não soubermos onde estamos. De igual forma, um planeamento é inútil se não partir do conhecimento exato da posição atual do sistema – por exemplo, um sistema produtivo; 
  • Para onde nos dirigimos. Não sabendo para onde vamos, qualquer caminho serve para lá chegar e o mapa é, de novo, inútil. Um planeamento faz-se para se conseguir atingir um determinado objetivo. Esse objetivo – ou objetivos - tem que ser conhecido, claro e inequívoco; 
  • Conhecer as nossas próprias capacidades face ao caminho a percorrer. A rota escolhida no mapa deverá levar em conta as nossas capacidades e as nossas forças. Da mesma forma um planeamento deverá levar em conta os meios e respetivas capacidades dos recursos e meios produtivos com que podemos contar para a consecução dos objetivos. 


Planear ...porquê elaborar um “planeamento”?


Existem várias razões:

  • A visualização do plano de execução ajuda a verificar a sua coerência e consistência;
  • Permite comunicar o plano, de uma forma clara, às outras pessoas;
  • Facilmente estabelecemos objetivos intermédios, delineamos etapas e fixamos metas;
  • Criar referenciais para medir os progressos feitos;
  • Ajuda a determinar recursos e necessidades para a consecução dos objetivos. 


E tudo isto, nunca esquecendo que um planeamento, desejavelmente, deve obedecer a dois objetivos minimalistas últimos:

  • A minimização do tempo necessário para atingir os objetivos;
  • Minimização dos meios necessários para o conseguir.